segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

His Dark Materials - The Subtle Knife

Ok. Tenho bastante coisa pra falar sobre o segundo livro da série His Dark Materials do Philip Pullman, então sem enrolações, vamos direto ao assunto.

E já aviso que, apesar de serem mantidas dentro do estritamente necessário, vão haver revelações sobre a trama nessa resenha.

Primeiro, esse livro é completamente diferente do primeiro. Não tem o elemento steampunk do primeiro, ao invés disso focando em viagens entre dimensões paralelas, principalmente uma versão da terra dos anos 80 e uma cidade italiana cheia de fantasmas. Ou seja, se o clima steampunk foi um dos atrativos do primeiro livro, esteja avisado pra uma coisa completamente diferente aqui.

Além disso, o clima é completamente diferente. O ritmo é mais lento, a história é muito mais focada na protagonista (e no novo protagonista) e os personagens secundários praticamente desaparecem. Sim, eles estão lá, mas não são mais um universo vivo ao redor dos personagens, criando tramas e impulsionando a história. Além disso eles cumprem seus papéis de forma estoica e depois desaparecem completamente da história. Fim de papo, nada de gastar linhas com personagens não essenciais.

Além disso tudo, Pullman joga uma série enorme de novos elementos na história (novas raças, novas realidades inteiras, novas visões sobre os elementos já vistos no primeiro livro...) e não explica absolutamente nada. Nada, mesmo! Quer saber alguma coisa a mais sobre Dust? Bom, não tem nada nesse livro. Eles revolvem sobre o assunto sem adicionar nada de novo.  Quer saber onde foi parar Lorde Asriel? Ou qual o plano dele? Ou o plano de Miss Coulter? Nenhuma resposta aqui. Esse livro só adiciona mais perguntas, complica os elementos já existente, adiciona bizarrices novas e não avança a trama nem uma linha.

E eu não gostei do ritmo do livro. De uma história clássica de fantasia, com um ritmo de balada heróica, o livro se torna basicamente a relação entre duas crianças sem nenhum tipo de curiosidade até a metade - sério, eu queria muito pegar os protagonistas pelos ombros e balançar eles pra ver se saia uma criança de verdade ali de dentro! Eles são basicamente adultos pequenos, exceto quando a trama exige que eles hajam como crianças. Duvido que o Pullman tenha tido filhos - e se teve, tenho pena das pobres crianças...

A segunda metade do livro fica mais parecida com o primeiro, com elementos mais familiares à história, alguns personagens resgatados do primeiro livro e uma tentativa muito sem vontade de fazer a história voltar a andar - ainda que aos tropeções. Mas depois do desgaste da primeira metade do livro, eu admito que ia ser necessário um esforço muito grande do autor pra me fazer entrar no ritmo outra vez - e isso simplesmente não acontece.

Conclusão: o livro é chato, os protagonistas são inverossímeis, a trama é praticamente auto-contida. Quero ler o terceiro livro e descobrir se Pullman dá algumas respostas ou se ele vai simplesmente ficar empurrando a história com a barriga, como fez nesse livro. De fato, acredito que, se algumas respostas forem dadas no terceiro livro, esse livro do meio pode se tornar completamente desnecessário.
Possivelmente um dos piores livros que eu já li - e olha que eu leio um bocado de livros ruins de propósito...

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