terça-feira, 19 de janeiro de 2016

The Sword of Shannara

Bom, pra começar, esse foi o primeiro livro que eu não li. Eu ouvi. Já há algum tempo eu tinha ouvido falar sobre audiobooks, mas nunca tinha pensado em me aventurar neles. Recentemente, no entanto, eu fiquei extremamente curioso com a séie de livros de Terry Brooks sobre Shannara - eu já tinha ouvido falar sobre os livros, mas admito que foi a séria da MTV que me atiçou o suficiente pra ir deles de fato.

Eventualmente vou falar sobre os "porques" e "comos" acabei pegando esse livro em audio, mas o assunto é suficientemente extenso pra uma postagem própria, então vou me ater ao livro em si aqui, ao invés da questão sobre audiobooks.

Ah, sim: Haverão revelações sobre a trama adiante. Apesar de eu não entregar coisas importantes, haverá uma boa série de revelações, deixo avisado.

Como escutei o livro ao invés de ler, não tenho idéia de quantas páginas tem o livro original - o audiobook que peguei tinha cerca de 26 horas e meia de audio. Como escutei quase todo o tempo enquanto trabalhava - exceto uma pequena parte no início do audio pra me acostumar e depois a hora final, que eu queria realmente aproveitar - eu praticamente nem me dei conta do tempo decorrido, e levei só 3 dias pra ouvir o livro todo.

Com relação ao livro em, si, admito que, nas primeiras horas, achei que seria uma espécie de "Senhor dos Anéis às avessas", com um grupo de personagens atrás de um artefato ligado ao Lorde Negro do Mal que comandava exércitos ao invés de tentando destruir um artefato ligado ao Lorde Negro do Mal que comandava exércitos. Após algum tempo, no entanto, me dei conta que Sword of Shannara é bem mais que isso.

A história se inicia com Flick Ohmsford encontrando o mago/guia/mentor do livro (que é um filho-da-puta enganador, secretista e intimidador ao contrário do que se espera) e, ao lado dele, indo até o irmão adotivo de Flick, Shea, que é um meio-elfo. O nosso druida (é, ele é um druida, não um mago) revela que Shea é basicamente o sujeito destinado a derrotar o Lorde Negro do Mal (que na verdade se chama "warlock Lord; eu só uso a alcunha Lorde Negro do Mal pra qualquer vilão malvado de séries), e a coisa começa a tomar uma forma mais ou menos lógica de formar um grupo e ir atrás do artefato. Nada de muito novo até aqui.

O grupo de aventureiros. Adivinha qual deles é o Druida? 
O grupo em si, na verdade, vai se formando aos poucos, e acaba se desmontando, reformando, mudando e alterando ao longo do livro todo. Gente morre, mais gente se junta á campanha, é uma coisa maluca tentar lembrar do nome de todo mundo (são oito pessoas no grupo original, depois o grupo se separa e de um lado entram mais dois e do outro nós temos um monte de gente nova por que se junta ao esforço de guerra). Sim, tem uma guerra. Nosso Lorde Negro do Mal está tentando conquistar a Terra-Mé... Digo! As Quatro Terras (Four Lands no original), afinal de contas. Alguns personagens são extremamente carismáticos - num grupo desse tamanho, alguns recebem mais atenção, também - e outros nem tanto. O Druida, Allanon, é tão carismático como uma ratazana (uma ratazana enorme, mas ainda assim, uma ratazana) mas ele é o personagem que amarra as pontas da história, então eu acabei ficando o tempo todo esperando as partes que ele ia aparecer e enrolar o pessoal mas um pouco. O desgraçado solta todas as informações aos pedaços, e quase sempre esconde um monte de informações que parecem interessantes (por exemplo: Qual a história dos Elfos? Porque eles são diferentes das outras raças em sua origem? Bom, espero descobrir nos próximos livros...). Mas os modos enigmáticos dele servem um propósito - Que geralmente me faziam pensar "Ah, por isso ele não explicou essa parte desde o início!".

A busca pelo tal artefato (a Espada de Shannara, obviamente) em si não é nada novo. Mas o jeito que é contado, com os vais e vens, os "quases" e as repercussões desses "quases", o sentimento de que a coisa toda vai ir por água abaixo e a expectativa de como a história vai se desenrolar a partir do momento que tudo dá errado (e tudo dá errado quase o tempo todo! O Lorde Negro do Mal do livro é um safado inteligente!) mantém o "leitor" preso à história.

Eu também gostei particularmente das descrições das raças (elfos, humanos, anões, gnomos e trolls) apesar das descrições geográficas em si me parecerem muito monótonas. A história das Four Lands é muito interessante, com uma série de guerras ancestrais entre as raças que têm um peso enorme no atual estado das coisas, e uma divisão política bastante interessante de como as raças se separaram e se tornaram inimigas. A história em si, alias, dá uma sensação de que estamos lidando com uma versão de um futuro distante da nossa terra, depois de uma catástrofe atômica ou algo do gênero! Novamente, espero descobrir mais sobre isso nos outros livros da série.

Sword of Shannara não é particularmente brilhante ou original, principalmente nos dias que correm, onde filmes de fantasia pululam nas telas de cinemas na forma de blockbusters cheios de efeitos especiais, mas ainda assim é uma obra digna, interessante e cativante, cheia de personagens bastante originais.

Apesar de não ter uma versão em português, recomendo fortemente que qualquer um capaz de ler literatura em inglês - ou ouvir literatura em inglês, como eu fiz! - procure por esse livro pra ler. Vale muito a pena!

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