terça-feira, 13 de outubro de 2015

As Vozes de Marte

Quando comprei os dois livros do Vogt que resenhei aqui, comprei também alguns outros livros da coleção Argonautas que foram, digamos, mais "garantidos". Um par de Arthur C. Clarks e um Ray Bradbury, que decidi ler pra tirar o gosto ruim que A Guerra dos Deuses me deixou na boca. 

Esse livro é, como todos os outros livros do Bradbury que li até agora, uma coletânea de contos. Não consegui achar nada em comum entre todos os contos, apesar de um punhado deles ter um sotaque irlandês - alguns se passam na Irlanda, outros tem personagens de lá. Como também é comum nos livros de contos de Bradbury, o tema, humor e ânimo de cada conto é bastante particular. Assim, dos dez contos presentes no livro, nunca há como escolher um "melhor". Há, em geral, aquele que "funciona melhor" dependendo do estado de espírito do leitor, penso. 

No caso desse livro, o conto que lhe dá título foi uma idéia que eu, particularmente, achei inspirada. Uma interessante mistura de Frankenstein com Dr. Jeckil e Mr. Hide em algum lugar de Marte. Coisa fina. 'Sim, Todos Nos Reuniremos Junto ao Rio' também é espetacular. É um daqueles contos em que Bradbury veste seus mais confortáveis sapatos de caminhada e te leva pra dar uma volta por alguma cidadezinha pacata perdida no tempo. Mas, definitivamente, 'Brisa de Verão, Vento de Inverno' foi, pra mim, o conto mais 'adequado'.  Não me identifiquei com nenhum dos personagens em particular, mas sim com todos eles! E é uma discussão muito bem tratada e levantada com uma leveza impar sobre o pré-conceito. Sem falar, é claro, da excelente narrativa - que sempre esta presente nos livros de Bradbury. 

Definitivamente, um excelente livro! Rápido, fácil, mas nem um pouco simples; exatamente o que se espera de um livro de Bradbury. 

Leitura fortemente recomendada! 

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