domingo, 10 de novembro de 2013

E de Espaço

E lá vamos nós com mais um livro de contos do senhor Bradbury!

E de Espaço poderia perfeitamente se chamar F de Futuro, ou, melhor ainda, T de Tempo. Não que não hajam algumas histórias sobre o espaço - A Crisálida é certamente um ótimo exemplo de história sobre o espaço! - mas a maioria absoluta das histórias narra distopias em um futuro ou passado distantes, algumas sem sequer mencionar qualquer coisa sobre espaço, foguetes, outros mundos ou qualquer coisa sobre o assunto - como O Pedestre, O Sorriso e Pilar de Fogo (este último, alias, uma exelente história sobre vampiros no futuro!).

É claro que, de forma alguma, isso reduz a qualidade dos contos do livro, apenas cria uma interessante discrepância entre o título e o conteúdo do livro. Mas, para aqueles que lerem o prefácio do livro antes de ir além, provavelmente vão notar que o livro se trata mais de uma época do autor do que uma coletânea de contos sobre um tema. O nome do livro não é mais do que incidental.

Dois contos desse livro - O Pedestre e O Piquenique de Um Milhão de Anos - também estão presentes em F de Foguete, e já andei dando uma olhada em outro livro de contos de Bradbury que comprei recentemente e notei que há naquele volume alguns contos repetidos também. Preciso tentar descobrir qual a lógica por trás da seleção de contos de cada um dos livros do autor...

Mas bem, sobre os contos em sí, temos aqui um pouco de tudo misturado de uma forma bem caótica. Alguns contos têm elementos de vários estilos diferentes da ficção científica "padrão", com pitadas de horror, algumas doses de sobrenatural aqui e ali e até o que poderia ser considerado como um documentário em O Bonde - uma história bastate possível e que deixa o leitor com gosto de nostalgia na boca. Além disso, é claro, temos os elementos mais comuns de Bradbury, com histórias sobre marte, viagens no tempo, visões do futuro e contatos com alienígenas em vários níveis diferentes. E até um conto de teor cristão, pra ter certeza que o livro é bem eclético!

A maioria dos contos me agradou, mas admito que a miscelânea generalizada me deixou um pouco desconcertado. Temas demais, misturados de forma não-linear demais pro meu gosto. Bom livro, mas certamente não tanto quanto F de Foguete.

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