sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dois para Conquistar


Enquanto procurava livros pra minha mãe - que adora Marion Zimmer Bradley - achei esse volume sobre o qual eu lembrava de já ter ouvido falar e arrebatei junto com outros três livros da autora - certamente vou falar sobre eles por aqui em breve!

Pelo título, eu estava esperando algo como dois príncipes lutando pra unir um reino ou salvar uma princesa, ou até algo mais próximo de Os Barbaros (alguém lembra desse filme?). Mas, claro, vindo da mente de Marion Zimmer Bradley, nunca teríamos uma trama realmente tão simplista.

De fato, a trama como um todo é tão cheia de reviravoltas e situações inesperadas, que fica difícil, durante a leitura do livro, conseguir imaginar o que vem à seguir. Eu passei quase todo o livro esperando que determinadas questões fossem resolvidas e que certos fatos fossem melhor delineados; e então, o livro chega nas últimas dez páginas e não tem como imaginar a trama ser terminada de modo satisfatório em tão poucas linhas com tantas coisas ainda pra serem resolvidas! E então... Ele termina (afinal, é o que todos os livros fazem). E tu fica com a impressão que, caramba, a mulher conseguiu! Ela arrumou tudo de repente, no final do final, sem deixar (praticamente) nenhuma pergunta sem resposta! Parece episódio da série original de Star Trek!

Como detesto estragar a trama dando informações demais sobre a mesma, posso dizer apenas que, além de um terráqueo enviado pra outra dimensão, uma guerra secular a ser resolvida e o fato do vilão não ser exatamente um vilão, mas sim um homem com um ponto-de-vista muito errado sobre as coisas, temos aqui um excelente exemplar de espada e magia! Há guerras, combates singulares, mortes, incendios e sexo.

Oh, sim, sexo.

Não seria um livro de Marion Zimmer Bradley se isso não acontecesse - e a sexualidade dos personagens é amplamente explorada. Mas é importante observar que, diferente daquela piada que são aquelas fanfarronices sexuais dos livros do Martin, aqui as questões sexuais não são gratuitas. Elas servem à um propósito, e têm repercussões - e não são repercussões de espanto ou repudia no leitor, puramente, como faz a Canção do Fogo e Gelo  (Martin poderia aprender uma duzia ou duas de coisas com os livros da Zimmer, mas eu duvido que ele leia qualquer coisa, dela ou de algum outro autor).

Mas, enfim!

Não foi o melhor livro da Marion que eu já li, mas ainda assim, é um livro divertido, e que, embora não seja o melhor exemplar no qual eu poderia pensar em termos de espada e magia, certamente eu recomendaria para fãs do gênero - desde que eu soubesse que eles não se importem com um pouco de 'estranheza', como é comum aos livros de Darkover.

Ah, eu não mencionei que esse livro é de Darkover? Pois é. Mas como eu só li um outro livro da série - A Senhora do Trilio, anos atrás - eu não saberia encaixá-lo cronologicamente na história desse mundo. Um dia, contudo, espero, eu seja capaz disso!

E aos leitores incautos que porventura lerem esse livro depois de apreciar essa resenha, um aviso: é bastante fácil não gostar da história. Esse é, de acordo com Deborh J. Ross, co-autora de muitos livros da Marion e também amiga pessoal da mesma, esse é um dos livros mais desconhecidos e que menos agrada os fãs de Darkover. De fato, só por termos um protagonista homem já é um livro que não parece coisa da Marion em seus melhores dias...