sábado, 27 de abril de 2013

F de Foguete


Apesar de ser um ávido leitor de ficção científica, admito que vários dos autores clássicos do gênero me escaparam à leitura. Seja por não ter conseguido encontrar seus cópias dos seus trabalhos à venda - e algo com o que se precisa lidar quando se compra livros quase que exclusivamente em sebos - seja por ter muitos livros pra ler e acabar não procurando os 'melhores do gênero' a fim de não aumentar as pilhas de volumes a serem lidos.

E Ray Bradbury era um desses autores que tinham se esquivado da minha pilha de leitura.

Li Crônicas Marcianas vários anos atrás, antes de ter alguma idéia de que era um grande livro de FC. Antes de saber que existiam livros bons, ruins e lamentáveis... E admito que lembro de muito pouco do livro.

Li a algum tempo atrás elogios rasgados à Bradbury feitos por um amigo que considero um conhecedor de boa literatura. Lembrei então de ter visto alguma coisa dele (Bradbury) na Montecristo - a livraria/sebo/cafeteria que eu frequento, caso alguém ainda não saiba... - e resolvi comprar. F de Foguete foi o escolhido, já que eu sabia que se tratava de um livro de contos, que é meu tipo favorito de leitura.

Eu nem tinha terminado este livro dele e já tinha comprado outro. E quando terminei F de Foguete, fui correndo comprar o outro título dele que estava na estante da Montecristo!

Clássicos. Grandes autores. Eles não são elencados dessa forma à toa.

Apesar do nome, nem todos os contos são sobre foguetes. A maioria é, ou ao menos tem algum foguete no cenário, mas nem todos. E em termos de narrativa, temos de tudo: Space Opera, viagens no tempo, slices of life, fantasia, horror. É uma maravilha pro cérebro! A imaginação se sente absolutamente embriagada com a quantidade de idéias geniais a cada página, e em nenhum momento a imaginação deixa de ser estimulada! Cana novo conto é a promessa de uma história interessante, com alguma idéia fantástica esperando pra pular no colo do leitor! Definitivamente, uma grande obra!

Eu poderia dizer que esse ou aquele conto é melhor do que os outros ou mesmo que algum deles foi meu favorito, mas seria uma mentira. Apesar de algumas tramas mais óbvias que outras, ou narrativas menos que perfeitas em algum casos, todos os contos do livro são excelentes. Um Som de Trovão, que deu origem à um filmeco de qualidade duvidosa, tratando de viagem no tempo, um dos meus temas favoritos; Tio Einar, uma fantasia contemporânea não exatamente original, é de uma beleza narrativa excepcional; Gelo e Fogo é uma pequena saga de quarenta e poucas páginas; A Máquina do Tempo é uma daquelas histórias cuja simplicidade implica em perfeição. Enfim, cada obra é única e brilhante. É impressionante como Bradbury consegue, em suas poucas páginas, criar todo um universo em cada um dos contos individualmente.

Considerando que ele escreveu uma quantidade absurda de livros na sua vida - soube que ele tem um livro que compila seus 100 melhores contos! - tenho certeza que ainda vou ter a oportunidade de ler muitas obras dele. No momento, vou, é claro, me ater aos dois livros dele que já tenho em mãos, mas certamente vou procurar outras obras do sujeito pra ler, sempre que encontrar!

Ray Bradbury. Apesar de provavelmente já ser um autor sobre o qual todos os leitores de FC já ouviram falar, vou manter a tradição do blog e recomendar fortemente a leitura! Vale muito a pena!

4 comentários:

  1. Esses livros desta coleção são lindos. O projeto gráfico traduz o espírito da época. As capas são com aquela pegada dos quadrinhos da Metal Hurlant, o imaginário da ficção-científica que nasceu com os hippie e o LSD. Devorei quase todos. Meus preferidos sempre foram do Asimov... Nós, Os Marcianos... Por curiosidade, existe um volume nomeado E de ESPAÇO. Abração.

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    1. Salve Law!
      Eu só vi as capas do F de Foguete e do E de Espaço - que ainda não consegui achar pra comprar, mas hora dessas ele cai nas minhas garras! Hehe! Realmente, as capas são excelentes. Na verdade, até onde eu sei, essas imagens são de artistas americanos lá da década de oitenta; muito mais próximos do imaginário dos autores do que da contemporaneidade. Uma excelente sacada, realmente!

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  2. Olá, Domênico.
    Eu só conheci Bradbury pouco tempo atrás e tenho A Cidade Perdida de Marte e O Homem Tatuado (a mesma versão que aparece numa cena no ônibus do filme Quase Famosos), e F de Foguete ainda não tive o prazer de ler.
    E é bem isso que tu colocou aí, em um curto espaço de espaço/tempo Bradbury consegue criar um universo de infinitas possibilidades, o que é coisa de gênio.
    Se quiseres passar no meu blog, o endereço é http://relativaseriedade.blogspot.com.br/
    Até mais.

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    1. O Homem Tatuado é um livro que, pelas resenhas, me interessou bastante ler. Eu consegui o Crônicas Marcianas e o Frutos Dourados do Sol, mas ceramente vou dar uma catada nem outros livros do Bradbury assim que terminar esses dois.

      Desavisado como só eu, nem sabia que tu tinha um blog! Vou dar uma visitada, certamente!

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